sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Nostalgia

Sou cheia de saudades.
Saudade dos Hi-Fi’s aos oito anos de idade; de brincar de casinha debaixo da mesa; de ser mãe do Pedrinho e você o pai.
Saudade de ter ciúmes da melhor amiga; de escrever embaixo da cama; de brincar de noite do pega e também de pega-bicho; de pintar de palhaço às mil palhaçadas; Rádio Quartel, bis, filmes de terror, Spice Girls, Chiquititas.
Saudade das tardes na casa da vovó; da vitamina de abacate; de jogar burro, fedor e mico; de me embaralhar com as brincadeiras de criança; da criatividade de um primo e da ingenuidade de uma prima; de ensinar palavrões e músicas cheias de bobagens.
Saudade dos “esquenta bunda” da titia; dos natais no sítio da tia Elaine; de acreditar no coelhinho da páscoa; da ansiedade em véspera de aniversário; das brigas com a irmã; de toddyinho, passatempo e sessão da tarde.
Saudade da salada-mista; das brincadeiras no meu prédio; de acreditar estar vendo disco voador; de inventar que dormimos juntas pra fazer ciúmes em alguém; de nós, que ríamos a cada besteira ou transmissão de pensamento.
Saudade da adolescência; de quando descobria uma novidade amorosa; ou sexual; de quando brincávamos de acertar palavras pronunciadas debaixo d’água: uva, maçã, abacaxi, melancia, banana; a gente sempre adivinhava...
Saudade de quando você perdeu a virgindade; “Eu sabia que seria hoje!”; de quando namorávamos melhores amigos; dos cinemas, paixões e conversas compartilhadas; das brigas e preocupações bobas; mas na época sérias por demais.
Ahhh... Se eu pudesse voltar no tempo teria filmado cada um desses momentos. Que prazer me daria revê-los! E mais ainda, revivê-los!